por Thafarel Araújo
Juiz de Fora
Acordei, acordei no chão, despido de qualquer emoção e sem saber o que se passava aqui
Era tudo tão escuro, tudo tão cinza, tudo tão preto, tudo tão morto
Eu estava acorrentado, há tempos eu estava acorrentado
Não era uma algema, não era uma corrente
Era uma prisão diferente
Eu podia me soltar, mas não sabia como
Era uma algema na palma das mãos, em formato retangular
Brilhava, tinha som, tinha gente
Gente de todo tipo, de todo jeito, de todo o mundo
Mas nenhuma era de verdade, não ali
Nem eu era mais de verdade
Adormeci nessa prisão, nem lembro como era antes dela
Resolvi me libertar depois de um sono profundo, imerso em uma profundidade com zero de
emoção
Quebrei a corrente, saí
Me assustei, nada era como antes
Eu não reconheci nem minha sombra
Só via escuridão
Do alto de um prédio eu quis ver o todo, tentar achar salvação
Da janela do prédio, o mundo atual não me agradava
O pior é sentir que eu mesmo escolhi mal, eu e todos aqueles encarcerados que estavam ao
meu redor
Esse mundo era sem brilho, sem emoção,
Sem gente de verdade na nossa frente
Mas cheio de gente de mentira na nossa mão
Se chegamos a esse ponto por conta de uma invenção
Só nos resta a reinvenção.
Muito bem colocado suas palavras e pra todos os atores deste contexto fica uma dica valiosa a ser seguida.