Como um intercâmbio cultural pode se transformar numa verdadeira viagem interior – rumo ao autoconhecimento.
Completo 6 meses que saí do Brasil, seis meses que estou na Índia. Há alguns que chamam de “meio ano”, outros mais detalhistas dizem 180 dias. Indiferente de como nomeares, é um período que foge da tradicional contagem que nosso cérebro está acostumado a fazer. Foge? Foge por quê?
São seis meses novos, novos seis meses, seis novos meses, você perde a noção do tempo. São 180 dias longe de casa, são 6 meses imersos em um mundo absolutamente diferente. É meio ano conhecendo pessoas, lugares, comidas, línguas, sabores, cheiros, gostos, diferenças, problemas, soluções, processos, sistemas. São 180 novos dias de um universo novo.
Nesse vivência muita coisa muda e muito se aprende, gostaria de enfatizar hoje sobre o AUTO CONHECIMENTO. 24×7 horas/dias de auto conhecimento. Isso, a experiência no exterior, e no meu caso, a Índia, lhe dá. O tempo que você passa sozinho, o tempo que você passa com pessoas que conheceu há dois dias, o tempo que você passa com pessoas que conheceu há um dia e se identifica muito, o tempo que você passa no trem, no ônibus, o tempo que você passa na empresa, na escola, em casa, em qualquer lugar. Você se auto conhece.
E eu acredito piamente que para se auto conhecer, é necessário apenas uma coisa, sair do automático. Em casa (normalmente) vivemos no automático, temos uma rotina, um objetivo, e fizemos aquilo de uma maneira quase cega, sem pouco perguntarmo-nos: por quê? Quem disse? Quem mandou? É certo? Eu gosto? Me dá tesão? Muitas vezes passamos mais tempo observando e conhecendo aqueles que queremos ser iguais e que nos espelhamos, do que passamos tempo nos conhecendo. De nada adianta conhecer e entender os ídolos, se você não se conhece bem.
Passei por um primeiro estágio de achar que de mim tudo sabia, depois evoluí aprendendo uma parcela de meus defeitos, comecei a lutar para mudá-los (estou longe de vencer, kkk) e entrei num ciclo maravilhoso, a cada dia descubro mais coisas, ao mesmo tempo que estou tentando mudar as que já conheço, ou enfatizar as que são boas (raras, kkk).
O autoconhecimento é muito bom. Você se torna seu amigo, você conversa com você mesmo. A Índia me ensinou que o auto conhecimento, unido com o controle da mente, sao necessários para a felicidade inteligente, diferente da felicidade cega, mas esse tópico fica para outro texto. Indiferente de quantas horas, dias ou meses você investir no autoconhecimento, cada minuto vai ser válido =)
Namascar, Pune, Maharastra