Quem nunca teve aquele modelo de “adulto mais legal” durante a infância? Enquanto seus pais e os amigos conversavam sobre seus assuntos sérios, ele estava lá, se jogando com a criançada. Peregrina apresenta: Ivana Barros

Conheci a Ivana ainda criança. Amiga da minha mãe, dona de uma academia. Ivana de Barros, 46, anos. Parece sério, né? Longe disso. Ela era “a adulta mais legal” da turma, sabe? Aquela que, na festa de criança, enquanto todas as mães estavam falando sobre seus assuntos sérios nas mesas com as amigas, ela dançava macarena no meio da pirralhada.

Uma boa parte da energia e do vigor – típico da galera da Educação Física – ela investe como professora de Bocha e GoallBall, no projeto JF Paralímpico, da Prefeitura de Juiz de Fora, que trabalha com atletas deficientes físicos e visuais.

Há dez anos, ela vivia a experiência mais fascinante de sua vida: o parto da Júlia. “Normal, com todas as sensações deliciosas e dolorosas, a bolsa arrebentando, contrações, o primeiro choro, amamentar… Sensações e experiências únicas! Hoje, minha família sou eu e ela, ela e eu! E somos muito felizes”, conta.

Não se adequar ao padrão de beleza imposto pela mídia e pela moda, não impede que ela ache seu corpo lindo, perfeito, saudável e vibrante! “Lógico que de vez em quando, olhamos umas gordurinhas aqui e ali e queremos sumir com elas (risos), mas nada de se desesperar, nem de dietas mirabolantes! Adoro atividade física e hoje pratico o que me faz bem…gosto de correr, ver o suor brotando na pele, sinal de que estou viva!” E haja vitalidade! Quem teve o prazer de conhecer essa mulher, sabe bem do que estou falando.

Quando falamos que TODA mulher passa por situações constrangedoras pelo simples fato de ser mulher, muita gente não acredita. Mas algumas situações são recorrentes. “Às vezes, as pessoas (homens, principalmente), acham que, pelo fato de ser solteira, estou disponível. Já sofri assédio em trabalho, academia, com indiretas, propostas…Estou disponível pra quem eu quero! Quando isso acontece, deixo bem claro”!

Ela confessa que sempre quis fazer um ensaio e viu sua oportunidade quando a Peregrina optou por fotografar mulheres fora do padrão. “Infelizmente, o que vemos hoje é a mídia nos bombardeando com imagens de  mulheres lindas, magras, bronzeadas, receitas mirabolantes de shakes, dietas milagrosas… E, cada vez mais, as mulheres se entregam, se cobram, se comparam com as outras….Devemos nos gostar do jeito que somos! Ter vaidade, mas com bom senso, né? Aprender a valorizar o que temos de melhor…